O cristianismo, principalmente no Brasil, deixou de ser um estilo de vida para se tornar um “meio de vida”, de prosperidade, aonde cada vez mais o dinheiro vem em primeiro lugar (o famoso culto a Mamon). Os pastores se tornaram gerentes de lojas gigantescas, onde clientes as lotam a cada promoção, sendo chamados por publicidade escancarada na mídia onde os clientes gritam em rede nacional a sua satisfação com o produto adquirido (mas o seu dinheiro de volta que é bom, nada). Como não ser feliz comprando uma bíblia por 911 reais, onde já se viu uma promoção como essa?
É notório o crescimento do mercado gospel, principalmente no segmento musical. Várias matérias foram noticiadas em revistas de circulação nacional comparando os CDs vendidos dos artistas cristãos com os seculares. Afinal de contas, é o terceiro maior filão comercial do país, movimentando cerca de 1 bilhão de reais por ano.A gravadora Line Records, por exemplo, só cresceu 156% em faturamento em 2008 (Glória a Deus!).
Segundo estudo feito pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil. A estimativa é de que o mercado evangélico tenha crescido 30% só esse ano (Benção né?). Já a gravadora MK Music (parte do Gupo Mk de comunicação, idealizado pelo Deputado Federal Arolde de Oliveira), que desde o seu início, já arrecadou mais de 300.000.000 de reais, mas gravadoras serão sempre gravadoras, quer sejam gospel ou não. A questão é que isso vai além da industria cultural, vendendo mais um item de cultura, isso é uma indústria religiosa. É numa hora dessas que eu imagino Jesus entrando no templo, e ao ver todos os vendedores e fala: ”’A minha casa será chamada Casa de Oração.’ Mas vocês a transformaram num esconderijo de ladrões”(Matheus 21:13).
Uma matéria publicada na revista Veja, em 2009, define a cantora Aline Barros como sendo “o maior fenômeno da música evangélica, com 3 milhões de CDs e DVDs vendidos” (emplacou uma faixa numa novela das 8 da Globo) Com essas informações nascem várias perguntas. Qual o limite entre artistas e adoradores? Ser artista-adorador é possível? Cobrar cachê para cantar é certo? Qual o valor que deve ser cobrado, uma oferta para cobrir as despesas ou um cachê para tornar a vida um luxo?
O cenário é que os shows gospel buscam hoje lucros, tanto do contratante como do artista, com cachês que ultrapassam os 20 mil reais, com ingressos sendo cobrados entre 15 a 50 reais, dependendo da atração musical da noite. Foi pensando nisso que buscamos descobrir os valores cobrados pelos artistas cristãos para tocarem em seu estado, para pregar a palavra cantada.
Não queremos “sujar” a imagem de nenhum artista aqui citado. Só queremos mostrar a realidade do mercado que se tornou o Cristianismo. Queremos que esse “Dossiê” seja o início de uma discussão sobre o que é o salário devido aos “artistas/levitas”.
Que o seu dinheiro seja bem investido. De preferência em uma obra verdadeira de Deus.
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