quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

SAL DA TERRA


No evangelho segundo escreveu Mateus, Jesus compara o cristão à um elemento, que conhecemos como sal. O texto diz assim: “Vós sois o sal da terra” Mt 5.13.
O sal sempre foi e é um elemento de grande importância para o homem, isso desde a mais remota antiguidade. Os gregos constumavam dizer que o sal era divino e os romanos diziam que “nada é mais útil que o sol e o sal“.
O sal era um elemento facilmente encontrado pelos hebreus. Possuiam um ilimitado suprimento de sal para suas necessidades nas praias do mar Morto e também na colina do sal, ao extremo sudoeste do mar Morto, área tradicionalmente associada à mulher de Ló (Gn 19.26).
O sal era utilizado para inúmeros fins, como por exemplo:
  • Como tempero (Jó 6.6);
  • Como conservante;
  • Como remédio;
Jesus, se utilizou desta figura pois sabia da analogia que estava fazendo. Entendia que o sal era uma poderosa forma que mostrar o que o cristão verdadeiramente é.
Jesus sabia que o sal possuia qualidades extremamente úteis, mas que também poderia ser terrivelmente destrutível.
O Senhor ensina e exorta ao cristão nesta passagem a ser um bom sal, e não a ser simplesmente sal, o texto não diz: “vós devereis ser sal da terra”, mas o texto é enfático em dizer: “vós sois o sal da terra”.
Não devemos ser um “sal insípido”, como o texto diz, ou seja, não devemos ser um sal destrutível, vejamos sobre isso.
Na verdade, o termo “sal insípido”, quer dizer, “sal sem gosto”, “sal sem sabor”, mas tecnicamente, não existe sal sem sabor, o sal nunca perde o seu sabor, como explicar isso então?
Em seu livro “Jesus of Palestine”, E. F. Bishop cita a argumentação de uma senhora que diz: “Na Palestina quase todas as casas possuem um forno ao ar livre, próximo da casa, construído de pedras sobre uma base de lajes, e para manter o calor do forno, utilizavam de uma crosta de sal sobre as lajes, mas depois de algum tempo, este sal perde seu propósito, então as lajes são retiradas e o sal é lançado sobre o caminho, perdeu seu poder refratário de calor e passou a ser inútil, já não serve mais”
Uma outra explicação é que como utilizavam muito o sal encontrado nas praias do mar morto ou da colina de sal, como eram sais de rocha ou de uma variedade de fósseis, e por causa de impurezas ou reações químicas, a camada externa, geralmente era considerada inútil e perigosa, fatal.
Ou seja, em ambos os argumentos, o que se leva em consideração, não é o gosto, mas sim a utilidade do sal. O termo utilizado por Jesus “for insípido”, vem de uma palavra grega que pode ser traduzida como “tolo”, “perdeu o interesse”.
Seja qual for a explicação, a idéia que Jesus mostra aqui, é que a inutilidade traz sérias consequências, assim como é representado na parábola da figueira estéril (Lc 13.6-9).
Inclusive, havia em algumas Igrejas Primitivas um costume, baseado neste texto, onde qualquer irmão desviado que desejasse voltar para a casa do Senhor, deveria no dia do seu retorno, chegar à Igreja, deitar-se de atravessado na porta de entrada, para que todos os que chegassem, pisassem sobre ele.
Este tipo de sal, não serve nem para ser misturado à estrume, pois o estrume pode ser usado como fertilizante para a terra, mas o sal é tão destrutível, que pode infertilizar a terra, deixando-a estéril, fazendo com que a mesma não produza seus frutos, tamanho é o seu poder destrutível.
Portanto, não podemos ser um sal inútil, mas ser um bom sal, assim, como o Senhor deseja.

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